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Revista Crescer

Adolescentes que usam fone de ouvido podem perder audição já no começo da fase adulta, sugere estudo brasileiro.

Fonte: Revista Crescer / Luísa de Castro / Giovanna Forcioni


Como falar sobre dinheiro com as crianças.

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou que boa parte dos adolescentes escuta música e vê vídeos num volume mais alto que que deveria.


Um estudo brasileiro revelou os impactos que o uso frequente de fones de ouvido pode trazer para a saúde dos adolescentes. Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) investigaram de que forma os fones estavam sendo usados pelos jovens. Adolescentes que usam fone de ouvido podem perder audição.


A conclusão foi de que, se não mudarem os hábitos, boa parte dos adolescentes poderá sofrer perda auditiva já no começo da fase adulta.

Durante a pesquisa, foram entrevistadas 249 crianças de uma escola pública de São Paulo.


Ao todo, responderam a um questionário 139 meninos e 110 meninas, com idades entre 10 e 17 anos. A partir das respostas coletadas, os especialistas puderam entender de que forma e em que momentos esses adolescentes usavam fone de ouvido.


"Descobrimos que o sexo feminino usa fones de ouvido por mais tempo, mas o sexo masculino usa em volume mais alto. E ambos optam pelo fone de ouvido mais prejudicial: o oclusivo", explica o pediatra Manoel de Nóbrega, autor do estudo e presidente do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).


Quando usa o celular, boa parte dos adolescentes escuta música e vê vídeos num volume mais alto que que deveria. A pesquisa apontou que 28% das meninas e 35,8% dos meninos exageram na hora de calibrar a intensidade do som.


E é aí que mora um dos riscos. Segundo Nóbrega, o uso em volume excessivo mais que uma hora por dia, sete dias por semana, aumenta o risco de perda auditiva permanente e zumbidos, após cinco anos. Em outras palavras, isso significa que, com esse hábito, os adolescentes poderiam ter sua capacidade auditiva prejudicada já no começo da idade adulta.


O USO RECORRENTE DE VIDEOGAME PODE ELEVAR O RISCO DE PERDA AUDITIVA.

O USO RECORRENTE DE VIDEOGAME PODE ELEVAR O RISCO DE PERDA AUDITIVA.

Por Gabriela Cupani, Agência Einstein

 

Os jogadores costumam se expor durante muito tempo ao som excessivo com o fone de ouvido; estudo dos EUA mostra que é preciso conscientizar os jovens sobre os riscos.


Jogar videogame pode aumentar o risco de perda auditiva ou desenvolver zumbido,

já que as pessoas costumam passar muitas horas expostas a sons acima do que é recomendado, mostra uma nova revisão de estudos conduzida por cientistas da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A exposição sonora prolongada, ou mesmo única, a sons de alta intensidade pode causar lesões nas células ciliadas da orelha interna e danificar o sistema auditivo a longo prazo, causando zumbido, excesso de sensibilidade e até dificuldade de compreensão. 


“As células da orelha interna que sofrem com o ruído elevado são neurônios. Elas podem ter um tempo de recuperação, mas, quando se estimula o ouvido com sons muito intensos, uma parte deles pode morrer e, aos poucos, o indivíduo vai perdendo aquela população de neurônios, que é finita”, explica Pedro Magliarelli, otorrinolaringologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

“Aqueles que morrem não se regeneram e, por isso, a lesão auditiva é irreversível.” 


Os jovens têm maior reserva de neurônios e, por isso, levam mais tempo para perceber os efeitos lesivos do ruído. Segundo Magliarelli, o problema é que, quando submetemos o ouvido a um som intenso, no início sentimos desconforto, mas aos poucos vamos nos acostumando e perdemos o parâmetro, dando a impressão de que o som não está tão elevado assim.

“Os efeitos são cumulativos e serão notados muitos anos depois”, explica o médico.


Segundo os autores do estudo, há pouca informação sobre o impacto dos games na saúde auditiva. Para isso, eles fizeram uma grande revisão de estudos, reunindo artigos que totalizaram mais de 55 mil pessoas. Os dados mostraram que os usuários costumam jogar, em média, três horas semanais com o volume quase no limite ou excedendo a exposição segura.


“O resultado é altamente relevante e o foco desse trabalho traz uma nova perspectiva de exposição prejudicial, que é pouco explorada e conhecida e, por isso, subestimada”, diz o especialista. 


O uso do videogame durante longos períodos com um volume elevado pode ser um fator de risco modificável para prevenir a perda auditiva e, segundo os autores, é preciso priorizar as iniciativas de educação e conscientização nesse sentido. 


Além disso, conforme o estudo, pode haver muitos casos de perda auditiva oculta, ou seja, que pode não ser detectada na audiometria (o exame que faz a avaliação da capacidade de audição). 


“É difícil pensar que seu filho adolescente, em silêncio no quarto, pode estar ouvindo o som de um jogo em níveis elevados.

Se considerarmos que uma pessoa joga pelo menos uma hora ou mais por dia usando fones de ouvido, é de esperar que o som esteja lesionando as células.

Com o tempo, os sintomas podem aparecer”, explica o médico.

 


 







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