As crianças também são impactadas pelo uso dos celulares.
- Cia. das Letrinhas
- 17 de abr.
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Atualizado: 28 de abr.
Fonte: Cia das Letrinhas

Em 2024, o termo “brain rot” foi escolhido pelo dicionário de Oxford como a palavra do ano. Sua tradução, “apodrecimento do cérebro”, faz referência aos efeitos do vício nas redes sociais. As crianças também são impactadas pelo uso dos celulares.
Estar conectado ao celular boa parte do tempo é uma realidade que não só afeta os adultos, como também as crianças parte da geração que cresceu com as telas.
A preocupação de pais, responsáveis e cuidadores sobre o impacto do tempo de tela crescente é latente, o que se reflete na lei sancionada no início do ano pela Presidência da República que proíbe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis nas escolas.
O acesso a redes sociais sem controle também pode abrir portas para o consumo de conteúdos inadequados, como explora a nova série da Netflix “Adolescência”, aclamada pelo público e pela crítica desde seu lançamento. Os episódios levantam a maneira com que as plataformas abrem para os usuários o consumo de conteúdos comprometedores e com fortes tendências misóginas.
“Algumas das principais ameaças e riscos que as crianças e adolescentes podem enfrentar na Internet incluem acesso e exposição a conteúdos inapropriados, violentos ou extremistas, compartilhamento não autorizado de dados pessoais sensíveis para fins de consumo, cyberbullying, que é uma violência sistemática que ocorre entre crianças e adolescentes através das plataformas digitais, assédio e aliciamento sexual infantil, além de situações envolvendo compartilhamento não consensual de imagens íntimas ou ameaça de exposição dessas imagens”, explica a psicóloga Bianca Orrico, que atua em programas da ong Safernet e é doutora em Estudos da Criança pela Universidade do Minho, Portugal.
Ao utilizar os personagens do imaginário infantil na narrativa, a obra traz à tona os perigos que as redes sociais oferecem, muitas vezes camuflados ou escondidos. Os leitores são conduzidos pela Fabulândia, uma rede social chamativa e estimulante, em uma investigação realizada pelo detetive Chapeuzinho Vermelho.
Sua nova missão envolve um novo cliente misterioso: uma sombra que perdeu seu corpo. É durante esta investigação que a detetive compreende a quantidade de informações pessoais que cada usuário da rede vai deixando para trás.
É a partir desta e outras narrativas que entendemos a literatura como uma aliada na hora de propor o diálogo com os filhos e alunos sobre os cuidados necessários nas redes sociais. Este anseio motiva a Newsletrinhas de hoje, onde levantamos algumas destas histórias e textos que também dividem essa inquietação.
Detetive Chapeuzinho e o mistério da sombra digital (Companhia das Letrinhas, 2025) coloca em pauta perigos reais, mas sem alarmismo. O título chega a tempo para também entender o uso de tecnologias, com o olhar voltado para a segurança, o impacto na saúde mental e na própria aprendizagem.
Levando em consideração que a exposição nas redes nem sempre é assim tão óbvia, entender os riscos reais é essencial nessa conversa.
Se você é pai ou mãe e faz parte da chamada geração Y ou millenial, é provável que se preocupe com a quantidade de tempo que seus filhos passam em frente às telas. Mas também é bem provável que você mesmo tenha sido uma criança que passava um bom tempo diante da TV.
Ainda que a preocupação com a forma como as crianças se relaciona com as telas seja legítima - e necessária -, para os próprios adultos é dificílimo alcançar um equilíbrio de exposição.
Se o uso de telas é um mal necessário - e irreversível - como ensinar crianças e jovens a se relacionarem com elas de forma mais saudável?
Como preparar crianças e jovens para um mundo digital sem deixar que a exposição a telas e redes sociais prejudique seu desenvolvimento? A pergunta de milhões retorna aos holofotes em reuniões e debates e propõe entender como encontrar o equilíbrio nesse meio.
É necessário letramento digital, conhecimento da internet e dos elementos virtuais, além de ser necessário desenvolver habilidades de raciocínio lógico e solução de problemas. Mas como despertar tudo isso sem o auxílio das telas e celulares?
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