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Como evitar o controle cibernético?


Fonte: A mente é maravilhosa


Se algo controla o seu celular, também controla você. O controle cibernético em adolescentes é uma forma de violência que está se estabelecendo em nossa sociedade e que é, em muitos casos, o primeiro passo para o abuso físico.


Existe uma forma de violência que aumentou cerca de 40% nos últimos tempos. Surge principalmente em adolescentes e utiliza o celular como mecanismo de vigilância, dominação e abuso psicológico. Como evitar o controle cibernético? Quais orientações educativas e preventivas poderíamos colocar em prática para reduzir o impacto desta realidade preocupante?


A verdade é que estamos diante de um fenômeno relativamente novo, no qual é necessária a colaboração unânime de grande parte dos agentes sociais. Família e escola estão incluídas nisso. A ciberviolência em casais jovens nos mostra, mais uma vez, como o abuso está vinculado à nossa sociedade, encontrando acomodação em qualquer forma de comunicação ou relacionamento entre as pessoas.


As novas tecnologias são mais um mecanismo para exercer domínio sobre o outro. O que é problemático é que as pesquisas dos últimos anos dizem que a violência psicológica está presente em 9 de cada 10 casais jovens.


Os adolescentes continuam a considerar corretos mitos altamente nocivos, como o de que o ciúme é um sinal inequívoco de amor. Além disso, de que o casal tem o direito de cruzar os limites da privacidade e da intimidade em relação ao uso do celular. Tudo isso configura um cenário tão problemático quanto preocupante.


4 conselhos para evitar o controle cibernético

“Com quem você está falando? Quem é esse/a que aparece na foto? Me deixe ler suas mensagens. Me dê as senhas das suas redes sociais. Exclua o que você postou no Instagram porque eu não gostei…”. Evitar o controle cibernético é mais complicado do que pensamos devido a um fato surpreendente. Um em cada três jovens considera inevitável ou aceitável que esse tipo de dinâmica apareça no relacionamento.


Atualmente, a ciberpsicologia, o novo campo de estudo que analisa a relação entre as pessoas e as novas tecnologias, tem um aspecto claro. A violência cibernética contra um parceiro já é o tipo de abuso mais comum em relacionamentos de adolescentes. Surge porque aumentaram a permissividade e a tolerância a esse tipo de comportamento, que nem todos relacionam com o abuso psicológico.


Quando esse tipo de intimidação se perpetua com o tempo, o desgaste é devastador. A vítima apresenta graves problemas em todos os níveis: social, emocional, saúde física… Boa parte desses adolescentes está completamente sujeita ao imaginário do amor romântico.


Esse esquema justifica, em muitos casos, os comportamentos de dominação e a ideia de que ser um casal é não deixar espaço para a privacidade, para a intimidade e menos ainda para a individualidade. O controle exercido sobre o celular não para por aí, pois a dominação estende seus tentáculos a qualquer área da vida do outro.


Que dimensões nossos jovens devem levar em consideração? Vamos analisar a seguir.


1. Amar não é controlar, mas confiar

Os adolescentes precisam reformular muitas das estruturas que integraram sobre relacionamentos amorosos. Escolas e institutos devem desenvolver programas educacionais a partir dos quais esclarecer as bases que constroem o amor saudável, enriquecedor e saudável. Precisamos eliminar esquemas como o de que ser um casal nos dá um certificado para controlar o outro.

Portanto, algo que nossos jovens e adolescentes devem compreender desde cedo é que ser um casal significa poder confiar no outro. Todas as formas de controle são repressão e sofrimento. Nenhum destes últimos é permitido.


2. O uso do meu celular é só meu

Se quisermos evitar o controle cibernético, não devemos fornecer meios. Não daremos nossas senhas aos nossos parceiros. Amar muito alguém e ser amado não justifica que tenhamos lhe dar o uso absoluto do nosso celular. A outra pessoa não tem o direito de ler nossas conversas no WhatsApp, nem de nos pedir para bloquear certas pessoas ou deletar certas postagens.

O celular e o que fazemos com ele todos os dias pertence apenas a nós. É privado, íntimo, pessoal, e essa dimensão não fica nas mãos de outros, mesmo que essas mãos sejam do próprio parceiro.


3. Como evitar o controle cibernético? Se faz você se sentir mal, não é amor

Pedir uma resposta a cada dois segundos. Ficar furioso e insultar você quando vir que está online e não está falando com ele. Tratá-lo com desprezo ou zombar de você por aquela foto que postou no Instagram. Proibir você de falar com certas pessoas. Exigir que você lhe dê seu celular quando ele pedir. Perguntar onde você está e o que você está fazendo a cada poucos minutos…

Se quisermos evitar o controle cibernético, devemos partir de uma simples regra: se isso te faz mal, não é amor, se o outro não te respeita, não te ama.


4. Tudo pode melhorar: não hesite em pedir ajuda

Nós destacamos isso no início. Muitos adolescentes normalizam o abuso psicológico e o cyberbullying. Eles presumem que essas práticas de dominação e difamação são normais em um vínculo emocional e, portanto, podem passar meses sem agir. A tolerância e a incapacidade de entender que o que acontece com eles é violência muitas vezes torna difícil que peçam ajuda.


É necessário que o ambiente mais próximo seja capaz de detectar os sinais. A família, a escola, o grupo de amigos… educar em relações saudáveis ​​e saber identificar comportamentos de abuso psicológico é algo que nossas crianças e adolescentes devem aprender o quanto antes. Dessa forma, poderão detectar a realidade que eles mesmos ou seus próprios amigos vivem.


Da mesma forma, e não menos importante, eles também devem se lembrar de que podem sair dessa situação dolorosa. Tudo pode ser melhor, tudo pode ser resolvido. Tudo que eles precisam fazer é pedir ajuda a um adulto. A única maneira de evitar o controle cibernético é educando e trabalhando juntos.

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