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TDAH. Reconstruindo a vida

O TDAH que faz tudo (quase) certo.

Fonte: TDAH – Reconstruindo a vida


brasileiros entre 5 e 19 anos podem apresentar sobrepeso

Já sou um velho.

Um velho TDAH, mas velho. 

Como todo velho estou arrumando a papelada da minha aposentadoria. 

O TDAH que faz tudo (quase) certo.

 

Não vou entrar em detalhes, mas minha desorganização com a documentação, o desleixo com a minha própria vida, me roubaram dez anos de aposentadoria. 

Finalmente, na reta final, contratei uma advogada para organizar minha barafunda documental e viabilizar minha aposentadoria. 

 

O primeiro passo foi dado e constatei que faltaram alguns anos do meu período como empresário. Advertido da necessidade de comprovação de que paguei o INSS durante esse período, afirmei orgulhosamente ter os comprovantes desses pagamentos.

 

Outro período ausente que observei tratava-se de uma empresa cuja comprovação do vínculo trabalhista só consegui através da justiça. 

Novamente sabia ter em casa a sentença judicial que determinou a inclusão do tal vínculo. 

Chegando em casa, juntei quilos e quilos de papel e fui separar o que será necessário para a advogada. 

 

Rapidamente separo as guias de pagamento do INSS e parto em busca da sentença. 

Não há sentença. Tudo o que guardei foram papéis sem assinatura, sem nenhum carimbo, sem nenhuma autenticação.

Apenas guias preenchidas que poderiam ter sido preenchidas por mim. Ou por você. 

 

Extremamente frustrado retomo a análise de cada documento, cada envelope, cada pasta, e nada da tal sentença.


Decido levar o que tenho e foco na organização das guias. Não tenho guias. O que guardo há anos e anos, são apenas a apuração feita pelo contador que gera um documento a ser pago. Não o comprovante de pagamento em si. 

 

Um enorme desespero me bateu. 

Guardei por anos documentos errados, documentos que não comprovam absolutamente nada. 


Minha montanha de certezas esboroou-se num passe de mágica. 

Não tenho nada mais que indícios. 


Ainda que através desses indícios ela possa chegar a alguma conclusão, isso pode levar muito tempo e me custar muito mais caro do que antes. 

Pra quem não tem, ou não convive com um, isso é o puro suco de TDAH:


Certeza de estar fazendo o correto sem perceber que não está. 

Desatenção suficiente para se auto enganar, impedindo que você faça exatamente o que deveria. 


Nesses momentos o desejo é levantar e sair caminhando infinitamente pra longe da realidade, da vida cotidiana, de mim mesmo. 

Isso não é possível. Não é possível caminhar sem levar o TDAH comigo. Eu sou ele. Ele sou eu. 


Então prostro-me. Entrego-me. 

E sigo vivendo (?) 





 


 







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