Fonte: Giovanna Forcioni / Revista Crescer
“Meu filho só quer ficar no celular, até na hora de comer, não desliga um segundo. Já tentei de tudo, mas está difícil. O que eu faço?”
O pedido de ajuda é da mãe Ana Carolina de Oliveira Mendonça Braz, mãe de João Marcelo, 5 anos, mas poderia ser de tantas outras milhares de mães e pais
pelo mundo afora.
A verdade é que, com a pandemia, muitos tiveram que recorrer aos dispositivos para dar conta do trabalho, da casa e de outras tarefas, principalmente no período em que as escolas estiveram fechadas. Mas o fazer para que eles saiam do celular?
Confira, abaixo, dicas de outras mães que conseguiram diminuir o tempo de tela dos filhos e, por fim, a orientação de Patrícia Nolêto, psicóloga clínica, especializada em orientação de Pais, de Minas Gerais. Seu filho não sai das telas?
Mãozinha da tecnologia
Instalei um aplicativo de controle parental, que bloqueia o telefone quando a criança ultrapassa o tempo-limite estipulado. Começamos com um combinado de três horas por dia e fomos reduzindo aos poucos. Hoje, meu filho já está há semanas sem telefone. Uma vitória!
Evelyn Schweigert, mãe de Igor, 8 Anos
Mais tempo juntos
Percebi que a minha filha ficava muito irritada e rebelde quando passava tempo demais com o telefone na mão. O que ajudou bastante foi começar a brincar mais com ela, contar histórias e fazê-la se interessar por outras coisas, até ir se esquecendo do celular. Está dando certo!
Mariana Herrera Rocha, mãe de Nicolle, 5 anos
Jogando a real
Por aqui o que funcionou foi muita conversa sobre as consequências para a saúde de usar o celular por tanto tempo, as oportunidades que ele perde de se divertir por estar de olho na tela… não foi de primeira, meu filho ainda usa o celular, mas já diminuiu bastante.
Simone Sousa, mãe de Miguel, 8 Anos
Firmeza e carinho
Precisamos ser firmes e cumprir com a nossa palavra enquanto pais. Em casa fazemos combinados de tempo, antes de liberar o celular. Quando minha filha mais velha dá trabalho para desligar, perde a chance de usar de novo no dia seguinte
Sabrina Santos Rochel Maia, mãe de Sara, 7, e Mila, 2 meses
Palavra de especialista
Não foram só as crianças que aumentaram o uso de eletrônicos na pandemia. Mas, agora, depois de mais de um ano e meio em casa, está na hora de definirmos novos limites e regras.
É um exercício de paciência: o tempo que seu filho gasta com o celular não vai diminuir de uma hora para a outra. As telas estimulam a liberação de dopamina, o hormônio do prazer, e é por isso que recorremos a ela quando queremos aliviar o tédio.
O papel dos pais é dar o exemplo e estimular que a criança aprenda a lidar com o ócio e se envolva em outras atividades offline prazerosas, como desenhar, brincar ao ar livre, ler um livro…
Conversar com o pequeno e estabelecer combinados claros de quanto tempo ele pode ficar em frente às telas, e em que momentos do dia pode fazer isso, é a melhor saída. Reforce (e cumpra) a regra sempre que for preciso.
Aplicativos de controle parental podem ajudar. O segredo é ir fazendo essa transição aos poucos, com tranquilidade, mas sem perder a firmeza.
Se o seu filho ultrapassar dez minutos do combinado, por exemplo, sinalize que, no dia seguinte, ele terá direito a dez minutos a menos.
(Patrícia Nolêto, psicóloga clínica, especializada em orientação de Pais (MG))
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