Fonte: Afinando o cérebro
Receber o diagnóstico de Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) pode gerar dúvidas e preocupações.
No entanto, é importante lembrar que existem muitos recursos e suporte disponíveis para ajudar a lidar com os desafios associados ao TPAC, em qualquer idade.
O TPAC é uma condição neurológica em que ocorrem dificuldades no processamento e interpretação das informações sonoras pelo cérebro, mesmo diante de uma audição sem alterações, afetando a forma como o cérebro processa e organiza os sons, tornando mais desafiador para a pessoa compreender e se comunicar efetivamente.
O diagnóstico é realizado por meio de uma avaliação abrangente, conduzida por profissionais especializados, como fonoaudiólogos e médicos otorrinolaringologistas. Essa avaliação pode incluir testes auditivos específicos, questionários e observação clínica.
Após o diagnóstico, o primeiro passo é buscar a orientação de um fonoaudiólogo especializado nesse campo. Esse profissional possui conhecimentos específicos sobre o TPAC e poderá realizar uma avaliação detalhada das suas habilidades auditivas.
Com base nessa avaliação, o fonoaudiólogo desenvolverá um plano terapêutico personalizado, levando em consideração suas necessidades individuais.
O tratamento para o TPAC geralmente envolve uma combinação de estratégias de treinamento auditivo e estimulação das habilidades afetadas. O objetivo é melhorar o processamento das informações auditivas e minimizar as dificuldades enfrentadas no dia a dia. O fonoaudiólogo irá orientá-lo e trabalhar em conjunto para que você possa desenvolver estratégias que facilitem a compreensão e a interpretação das informações sonoras.
Além do suporte profissional, compartilhar suas experiências com familiares, amigos e até mesmo com outras pessoas que enfrentam o TPAC pode ser uma forma valiosa de obter apoio e compartilhar vivências. Essas interações podem proporcionar um espaço seguro para expressar preocupações, receber orientações e encontrar apoio mútuo.
Portanto, seja no ambiente escolar ou de trabalho, é importante informar os professores e colegas sobre o TPAC e as adaptações necessárias para garantir seu pleno desempenho. Isso pode incluir o uso de recursos de apoio, como transcrições de aulas, legendas em vídeos ou preferência por ambientes mais silenciosos durante tarefas que exigem maior concentração.
Comunicar suas necessidades e buscar a colaboração de todos ao seu redor pode contribuir significativamente para uma experiência mais inclusiva e produtiva.
Em todo o mundo, de acordo com estatísticas, um número considerável de pessoas é afetado pelo TPAC, apresentando dificuldades em manter a atenção em aulas e palestras, localizar a fonte sonora, compreender a fala em ambientes ruidosos, aprender um novo idioma, cantar, manter a fluência e organização da fala, adequar o tom de voz à intenção comunicativa, compreender piadas ou expressões com duplo sentido, selecionar um estímulo para focar a atenção ou seguir instruções e comandos auditivos complexos.
Lembre-se de que o diagnóstico não define quem você é como pessoa. Identifique os sinais, busque tratamento especializado, valorize seus pontos fortes e conquistas ao longo do processo e celebre cada avanço.
Estimule suas habilidades auditivas
As habilidades auditivas são responsáveis por um conjunto de processos que ocorrem no cérebro e que permitem que interpretemos e compreendamos corretamente os estímulos sonoros que ouvimos.
As habilidades auditivas do processamento auditivo central incluem:
localização do som, discriminação auditiva, reconhecimento de padrões sonoros, memória auditiva, integração auditiva.
São as habilidades auditivas que nos permitem:
. Concentrar em um estímulo sonoro específico, ignorando o ruído de fundo, como em um ambiente de trabalho compartilhado ou em uma sala de aula;
Identificar a direção de um som, como quando ouvimos uma buzina ao atravessar a rua;
. Perceber diferenças entre sons falados em palavras semelhantes, como "tia" e "dia";
. Compreender uma mensagem mesmo quando ouvimos apenas parte de uma palavra;
. Entender frases com sentido ambíguo;
. Seguir uma sequência, organizar e lembrar do que ouvimos;
. Aprender um novo idioma;
. Perceber a intenção comunicativa por meio do tom de voz, como quando perguntamos a alguém se está tudo bem em uma ligação telefônica e identificamos pela entonação se está tudo bem ou não.
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