Fonte Newsletrinhas I Cia das Letrinhas
Seja em lojas de brinquedo, no supermercado ou em qualquer lugar cujo foco principal é o consumo, somos todos expostos a estímulos constantes para adquirir determinados produtos. Como falar sobre dinheiro com as crianças.
No caso dos pequenos, ter a noção de que dinheiro é um recurso escasso e fruto de muito trabalho faz toda a diferença nessas situações, pois – apesar de precisar lidar com a frustração de não ter conseguido algo que queria – a criança vai ter a consciência de que não seria uma escolha responsável ou inteligente.
Essa compreensão contribui para que a criança cresça com um bom entendimento de como cuidar da sua vida financeira.
“A importância de as crianças aprenderem educação financeira desde cedo reside na promoção de hábitos saudáveis, no desenvolvimento de planejamento financeiro, na compreensão do valor do dinheiro, na promoção da autonomia e construção de resiliência financeira, preparando-as para tomar decisões conscientes e responsáveis ao longo da vida”, aponta a gerente Fabiana Pinho, da Unidade de Educação Empreendedora (UEDE) do Sebrae MG
Mas atenção: é de extrema importância tratar o assunto com cautela, sem desabafar com os pequenos sobre os problemas financeiros da família, de forma a evitar que a criança fique sobrecarregada ou ansiosa. Essas preocupações não devem fazer parte da infância – consciência da situação familiar, sim, mas não a sensação de responsabilidade sobre ela.
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Para ensinar os pequenos, na prática, sobre como funciona o dinheiro na nossa sociedade, algumas atividades simples ajudam bastante no processo: lembrá-los de apagar as luzes dos cômodos ao sair, levá-los nos dias de supermercado e explicar sobre diferenças de preço dos produtos - ou até mesmo incluí-los na hora de fazer a lista de compras.
Educação financeira para as crianças é tema dessa semana e sugerimos textos e livros para contribuir com o debate.
Porque (e como) falar sobre dinheiro com as crianças
O dinheiro, como recurso limitado que é, precisa ser utilizado com inteligência para garantir o bem-estar de todos: não dá para comprar tudo. Mas como tratar desse assunto com as crianças? “As crianças são parte integrante da família e da sociedade e, como tal, devem, na medida de sua maturidade e compreensão, participar da vida financeira da família”, afirma Marina de Carvalho Naime, gerente da B3 Educação.
Precisamos falar de desigualdade social com as crianças
Explicar a desigualdade social para as crianças pode parecer complicado, mas é necessário e precisa ser tratado o quanto antes - e da forma mais verdadeira possível. “É preciso manter um compromisso ético com a criação de uma sociedade mais justa e igualitária para todas as pessoas e isso vai partir da criação de crianças que sejam capazes de se sensibilizar com realidades que não são só as delas”, afirma a psicóloga e psicanalista Fê Lopes.
Aporofobia: um preconceito que precisa ser falado e combatido
Talvez você nunca tenha ouvido a palavra aporofobia, mas provavelmente já conhece o sentimento. Aporofobia é um neologismo, uma palavra nova para apontar um preconceito muito comum em nossa sociedade: a aversão aos pobres. “Os pobres não têm acesso à diversão, cultura, sexualidade, e são sempre julgados de uma forma moralista pela sociedade. A subjetividade é um privilégio de quem pode pagar”, afirma o sociólogo Paulo Escobar.
