Fonte: Revista Crescer
No entanto, os investigadores disseram que a culpa não é da tecnologia em si, acrescentando que o vício de uma criança nos dispositivos pode ser um aviso de que ela já está vulnerável a doenças mentais. Entenda: Uso excessivo de telas aumenta o risco de psicose.
Crianças viciadas em redes sociais e que jogam videogames em dispositivos como telefones celulares e iPads têm uma probabilidade maior de experimentar episódios psicóticos mais tarde na vida, sugere um novo estudo.
Pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, descobriram que o uso de smartphones e mídias sociais na adolescência está associado à paranoia, delírios, alucinações e "ideias bizarras" quando uma pessoa atinge os 23 anos.
O estudo, que analisou indivíduos nascidos entre 1997 e 1998, foi publicado na revista JAMA Psychiatry.
"Maior uso de videogames e uso crescente e decrescente (curvo) de computador durante a adolescência foram associadas a níveis mais elevados de experiências psicóticas aos 23 anos", escreveram os pesquisadores da Universidade McGill no estudo.
Durante a pesquisa, os participantes foram questionados para determinar se haviam experimentado períodos de ideias de perseguição, experiências bizarras e anormalidades perceptivas.
Algumas dessas perguntas incluíam: "Você já sentiu como se as pessoas estivessem dando dicas sobre você ou dizendo coisas com duplo sentido?", "Você já sentiu como se os pensamentos em sua cabeça não fossem seus?" e "Você já ouviu vozes quando estava sozinho?".
Analisando as respostas, os pesquisadores chegaram à conclusão de que jogar mais videogames durante a adolescência estava associado a 3 a 7% mais experiências psicóticas.
No entanto, os investigadores disseram que a culpa não é da tecnologia em si, acrescentando que o vício de uma criança nos dispositivos pode ser um aviso de que já está vulnerável a doenças mentais.
“O maior uso da mídia e os problemas de saúde mental parecem compartilhar fatores de risco, como problemas de saúde mental dos pais, solidão, bullying e problemas de relacionamento entre filhos e pais”, disse a equipe no estudo.
A vequipe de pesquisa também disse que privar abruptamente os jovens do tempo de tela pode não ajudar e pode ser mais prejudicial. Eles esperam que o estudo ajude os psicólogos a entender por que os adolescentes podem desenvolver experiências psicóticas e a descobrir a melhor forma de ajudá-los.